A noite acendeu as estrelas porque tinha medo da própria escuridão.


às vezes tenho vontade de entrar dentro de mim e arrancar fora este buraco que habita em mim, dai então, pular pra dentro dele!
Turmalina Antônia

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Trecho de uma música que ninguém escreveu...

O que dizer sobre um sorriso?...
As vezes é o que precisamos pra sair do abismo...
Uma ponte...
Que nos leva ao sentimento...

Pra sairmos da dor!
Pra sentir o amor!

Um sorriso...


(Tum,  +- 4 anos atrás)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

TEMPESTADE

Cai a noite como cai a solidão 
Sem palavras estreladas
Teto de nuvens carregadas
vomitam;  raio e trovão

Céu de lágrimas
Molham as plantações
Enchem os lagos
Inundam os corações

A cidade submersa
Submissa a força d'água   
No breu da noite úmida
Se esconde, se dispersa

Olhos e dentes serrados
Sem rua a ver a lua
Sentem na mente a dor
Do frio na pele nua

Depois do último clarão
Da trovoada já abrandada
A brisa da madrugada
Anuncia; as águas baixarão

Aquecem-se as esperanças
Acendem-se as almas
Um novo dia irá raiar
Aos sobreviventes; despertar. 


Tum, 1999 

terça-feira, 28 de junho de 2011

¿Quando llega?

Chega de querer!
Chega de porquês!
Só escrevo a mesma coisa
Sou uma ameba deslumbrada.
Chegada numa tinta
Borrada num canto de papel
Minhas palavras não refletem
Não significam nada,
Exatamente o que sinto,
Sou um macaco deslumbrado.
Cheirando a pura ignorância
Demência que a imaginação floreia
Doença não necessariamente maligna 
Estou mal, não necessariamente doente,
Sou a folha de papel desaflorada!

Araki Nobuyoshi

(1a imagém: Salvador Dali)
(poema: Tum)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Te Não Juro!

Quero gritar aos teus ouvidos
De raiva, de prazer
Quero gritar nos seus pés
De meia, te morder
Quero mordida ao pé do ouvido
Mas me calo, engulo o meu querer.

Tum

Simples Desejo

Que tal abrir a porta do dia,dia
Entrar sem pedir licença
Sem parar pra pensar,
Pensar em nada…
Legal ficar sorrindo à toa,toa
Sorrir pra qualquer pessoa
Andar sem rumo na rua
Pra viver e pra ver
Não é preciso muito
Atenção, a lição
Está em cada gesto
Tá no mar, tá no ar
No brilho dos seus olhos
Eu não quero tudo de uma vez
Eu só tenho um simples desejo
Hoje eu só quero que o dia termine bem
Hoje eu só quero que o dia termine muito bem
 
Composição: Daniel Carlomagno e Jair Oliveira

pequenas coisas do dia

Acenda um incenso
Faça iluminar uma vela
Passe na casa um pano
Lave a água que tudo lava

Peça aos seus sentidos
Ouça alguns latidos
A Natureza, simples, vive!
Livre o seu ser, sinta!

Deite os pés pra cima na rede
Deite junto os problemas
Levante, com alguns poemas
Levante junto um coração sorridente

Veja a tarde cair de mansinho
Branda brisa que toca a pele
Arrepie alguns pelinhos
Deixe o tempo agir e seja leve!
             (Poema de 2009)

domingo, 26 de junho de 2011

A DANÇA DA PSIQUE


A dança dos encéfalos acesos
Começa. A carne é fogo. A alma arde. A espaços
As cabeças, as mãos, os pés e os braços
Tombam, cedendo à ação de ignotos pesos!

E então que a vaga dos instintos presos
- Mãe de esterilidades e cansaços -
Atira os pensamentos mais devassos
Contra os ossos cranianos indefesos

Subitamente a cerebral coréia
Pára. O cosmos sintético da Idéia
Surge. Emoções extraordinárias sinto

Arranco do meu crânio as nebulosas
E acho um feixe de forças prodigiosas
Sustentando dois monstros: a alma e o instinto!



Augusto dos Anjos
Desenho feito no lençol, 2006

Quero pular da pedra mais alta e voar...

A vida é curta, quebre regras, perdoe rapidamente, beije lentamente, ame de verdade, ria descontrolavelmente , e nunca pare de sorrir por mais estranho que seja o motivo. Lembre-se que ñ há prazer sem riscos.

( eu na pedra do urubu)

sábado, 25 de junho de 2011

A, HÁ..., AH?

A ambiguidade da Ambivalência
O umbigo do Valente
A Verdade Irreal e a realidade Mentirosa
O do contra de si mesmo
A embriagues da seriedade
O sério da brincadeira e da boa Vontade
Quando "os opostos se distraem"
           e os Impostos se divertem
Quando as unhas roem os dedos.


T.U.M.

Só adjetivos e adjetivas
Só meias furadas verdade
Só lidão e Sim lamento
Só latidos e Sim limão
Só mentes Vedadas Viradas
Só mando e Só mindo
Só di ver tinha e
Só dever tendo.
Tum
(12/11/10)
Desenho de 1999 e foto de 1996

ISMÁLIA

Tum (desenho expressivo com Maria Pacca)
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu uma lia no mar...

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

                                                                    As asas que Deus lhe deu
                                                                     Ruflaram de par em par...
                                                                   Sua alma subiu pro céu,
                                                                     Seu corpo desceu ao mar...

Alphonsus de Guimarães


OFICINA IRRITADA

Eu quero compor um poema duro
Como poeta algum ousaria escrever.
Eu quero pintar um soneto escuro,
Sério, abafado difícil de ler.

Quero que meu soneto, no futuro,
Não desperte em ninguém nenhum prazer.
E que no seu maligno ar imaturo,
Ao mesmo tempo saiba ser, não ser.

Esse meu verbo antipático e impuro
Há de pungir, há de fazer sofrer,
Tendão de vênus sob o pedicuro

Ninguém o lembrará: Tiro no muro,
Cão mijando no caos, enquanto Arcturo,
Claro enigma, se deixa surpreender.

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (50/60)


sexta-feira, 24 de junho de 2011

AlienaçãO

Gargalhadas do medo
Orgulho de não ser nada
Se sente Cedo
Pesa mais que tonelada


Lugar apertado para ficar
O cérebro para
Idéias saem do lugar
Sua mente pronta
P/ soc. entrar

Tum
(poema de 13 anos atrás)

1JÃO

"Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo. 
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos. 
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso. 
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE! 
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos. 
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer: 
- E daí? EU ADORO VOAR!"



Clarice Lispector

quinta-feira, 23 de junho de 2011

De vez em Quando ando ando...

Quando a cabeça quer gritar
E os pulmões se enchem de
Absurdos, que são reais
Que são tão  absolutamente
Reais demais...
Quando a garganta já está
Aberta e cheia de ar
E a laringe se estica
Prestes a arrebentar
A cara da figura certa
Me calo...
Isso eu engulo...
As palavras seguro...
E com pensamentos sumo...
Afinal, é um absurdo.


Tum
Desenho de 12 anos atrás

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Lágrimas passadas a ferro.

Nunca diga te amo se não te interessa. 
Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem. 

Nunca toque numa vida se não pretende romper um coração. 
Nunca olhe nos olhos de alguém se não quiser vê-lo se derramar em lágrimas por causa de ti. 

A coisa mais cruel que alguém pode fazer é permitir que alguém se apaixone por você quando você não pretende fazer o mesmo.

Mário Quintana


(...)

Que você se afogue em sua razão
Pois meu coração quer transbordar de agonia
Parece que o estomago e o coração
Ocupam o mesmo espaço
Não dando lugar para o pulmão funcionar
este, entretido ao acaso
Esqueceu-se de respirar
Que você sufoque e pendure-se!
Pois eu não reflito mais e
Começo/Termino me culpando
Por algo que ainda não fiz...
Já estou meio à meio sóbria, confesso
E nas letras me perco, meio complexo
Casa de ferreiro, espeto de pau
Eu sou a madeira sonhando com metal,
Sou arvore, minha alma é de fogo!
Meus pensamentos, imagina são puro fogo.
Mas tem água dentro de mim
Lá no fundo e no canto do olho
Se afogue em mim!
É a única coisa que lhe peço...

Tum, jan ou fev de 2011

terça-feira, 21 de junho de 2011

AMOS

Nos achamos
Nos fotografamos
Nos nus reconhecemos
Nós besteiras escrevemos
Nós rimos, que até babamos
Nós sentimos que nos gostamos
Vai ser pra sempre? e se nós mudamos
Que enfim, seja eterno, enquanto duramos.

Parlavretes de 2004 (acho)

A VAMPIRA

No entardecer da vida
Sentindo algo até infantil
Brincadeira de criança
Que com caminhar do tempo
Vai virando esquecimento
Besteira de pessoa adulta

Quer coisa mais besta que a Vida
Agora me permito sonhar
Me permito acreditar
A vida me permite ser besta
Palitos e palmeiras

Ser boba, rir à toa
Chorar um pouco e muito também
Felicidade exagerada
Não engana ninguém, nem a criança
Que descobriu que é vampira
E ninguém mais vai falar
Podem pensar e ter esperança

Sentirei minhas fantasias
Ouvirei os meus delírios
Sem ser ridícula
Sendo só Rúcula
Sou reflexo dos meus medos
(posso ser o que quiser)
"Só, Só
somente só
Assim vou lhe chamar
Assim você vai ser"
Somente sozinha
Rir; é só o que sobrou
Gostar da solidão
Mas e os filhos?
Amo uma pessoa
E a quero sempre do meu lado
Tenho medo do que gosto
Só rindo me trato
.
VARIEDADES

Coração vazio
Sobrancelhas pesadas
Mas o que eu sinto?
Vazio, frio
Vontade de nada
Loucura parada
Vontade de tomar sol
Sem sair da sombra
(...) Calmaria (...)
Medo da tempestade
Pronta pra mudança
Se chegar.
Se não chegar...
Medo!
E se eu não gozar
Na minha última trepada.

Bebendo sozinha
Sinto tudo que não há 
dentro de mim
Sei que sou vazia
Isso não me incomoda
Quando bebo sou forte
Sou boba, sou foda!
Sou como cão sem dono
Tenho medo do escuro
Juro que não é verdade
Mas quem sabe o que eu sinto
Não suporto a invacidade
Adoro estar sozinha
As minhas viagens...
Só minhas
Medo
Medo
Medo
Medo da bebida, não tenho
Medo de mim, tenho
Medo do bebendo...
"MEU QUERIDO DIÁRIO"

Quando pequena
Achava que na televisão viviam pessoinhas
Bonequinhos viviam aquela vida
Quem queria viver esta vida
Era eu
Adoro a vida, os desafios
Adoro tudo que passei, que chorei
Esta dúvida, esta apreensão
(Não tenho palavras,
descrever este aperto no peito)
Dá vontade de desistir
Mas se não fosse tudo isso
A vida seria sem graça
Marionetes regidas pela mão do mundo

(...) Esquentar a cabeça Porque?
Se já cheguei até aqui,
Esperei coisas que não vi,
Se estressada ou não, o tempo
Vai passar, tem como intervir?
Mãos atadas, como me sinto
Sempre passa amanhã
Presa a sentidos materiais
A orgulhos sentimentais
É como estou agora. Pra onde ir?
Onde o tempo me levar
Eu vou! Sem resistir. (...)



TÉDIO, DIA DE CHÁ
PAZ, ALMA CLARA


(Tum)

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Sérgio

Vagamente
Me afasto de teu afago
Me afogo em meu pranto
Volto logo!
Te quero tanto
Que vagarosamente
Vou voltando
Te amando apagando-me
Mesmo perdendo
Sei que sairei
Feliz e sem dente.
Fotos no Circo Chen, Portugal, 2005
(Poema de +- 8 anos atrás)

sábado, 18 de junho de 2011

As Montanhas


I

Tunga
Das nebulosas em que te emaranhas
Levanta-te, alma, e dize-me, afinal,
Qual é, na natureza espiritual,
A significação dessas montanhas!

Quem não vê nas graníticas entranhas
A subjetividade ascensional
Paralisada e estrangulada, mal
Quis erguer-se a cumíadas tamanhas?!

Ah! Nesse anelo trágico de altura
Não serão as montanhas, porventura,
Estacionadas, íngremes, assim,

Por um abortamento de mecânica,
A representação ainda inorgânica
De tudo aquilo que parou em mim?!



II
Agora, oh! deslumbrada alma, perscruta
O puerpério geológico interior,
De onde rebenta, em contrações de dor,
Toda a sublevação da crusta hirsuta!

No curso inquieto da terráquea luta
Quantos desejos férvidos de amor
Não dormem, recalcados, sob o horror
Dessas agregações de pedra bruta?!

Como nesses relevos orográficos,
Inacessíveis aos humanos tráficos
Onde sóis, em semente, amam jazer,

Quem sabe, alma, se o que ainda não existe
Não vive em gérmen no agregado triste
Da síntese sombria do meu Ser?!




Augusto dos Anjos

quarta-feira, 15 de junho de 2011

I drink to That!

Aos Dentes Sujos! Aos Cabelos descabelados! Aos Dotes culinários e lingüísticos! Ao esclarecimento e a boa conversa! Ao intercâmbio de idéias! A aceitação do corpo! Ao conceito com conteúdo! A LINDAS RISADAS! Enfim, A Novas Amizades!

Borbulhas


Marian e Tum, Irmãs de Alma

Num aquário, dois peixes pequenos e dourados
Vivem um tempo que jamais oscila.
Segurança perfeita, planetária,
Ausência de aflição, ingenuidade absoluta:
Um contempla a borbulha do outro.
Haverá entre ambos um rasgo de imaginação?
O que se comunicam
Com a rabanada arguta entre a folhagem?
Como se percebem eles, que viveram sempre a sós?
Será o outro uma ausência de água?
Nenhuma destas perguntas, é certo,
Abala o espaço quedo: um continua
A contemplar a silenciosa natação do outro.
O mundo ali é radical, por menos água
/que contenha:
Ou se permite a transparência cristalina
Ou quebra-se o vidro, escorre-se a  água,
Morrendo os peixes nus e abrasados
Sem nada saber do que se passa.


Flavio Aguiar

terça-feira, 14 de junho de 2011

SOL

Olhos perdidos
Guiam-se a ti

Pés desérticos
Vão longe
Cabeça quente
Sempre no horizonte
Nada na mente
Virada, fixa
Só a ti

Perdidos bem-te-vis
Fazem ninhos
Onde luz
Reflete capim

Luz, nua, vida
Rei, sabedoria
Brilha... Para todos
(bobos)
És guia.
Banda Strombólica com o seu Cabaré Insólito
2007
 
(poema de + de 12 anos atrás)