As panelas
Com uma singela homenagem a Raimundo Correia
por Flavio Aguiar, de Berlim.
Some a primeira panela silenciada…
Outra, e mais outra e milhares seguem na esteira,
Voltando, murchas, à cozinha, na prateleira,
Ou então devolvidas pela patroa à empregada.
Outra, e mais outra e milhares seguem na esteira,
Voltando, murchas, à cozinha, na prateleira,
Ou então devolvidas pela patroa à empregada.
Antes tão vibrantes nas janelas
Tinindo ferozes contra “aquela mulher”…
Agora escondem de vergonha o seu mister
Silenciando suas estridentes tarantelas…
Tinindo ferozes contra “aquela mulher”…
Agora escondem de vergonha o seu mister
Silenciando suas estridentes tarantelas…
E assim, tristes, se resignam elas
A sua antiga função de apenas cozinhar;
Terão saudades de suas glórias antes tão belas?
A sua antiga função de apenas cozinhar;
Terão saudades de suas glórias antes tão belas?
Não se sabe. Pois suas donas cheias de ramelas
Nos feros olhos, nunca as vão interrogar.
Voltaram á condição de serem míseras panelas.
Nos feros olhos, nunca as vão interrogar.
Voltaram á condição de serem míseras panelas.
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