Por Flavio Aguiar
teu grito me atravessa
e chega a lugar nenhum
és uma pulsão de espaço
a lua é morta
e seu brilho oculta
a densa morte da matéria
em seu lugar, em vão
buscamos decifrar cristais
dispersos pelos confins
eu te abraço
a matéria levou incontidos séculos
para desenhar tua boca
a densa vida, a matéria
que nos reduzirá a pó
vejo o esgar de tua boca
as mãos os passos apressados
teu ganhar tua vida
o prazer, a matéria é muita
e tem confins de congelado calor
buracos negros que nos queimam
explosões que não se ouvem mais
as mãos os passos apressados
teu ganhar tua vida
o prazer, a matéria é muita
e tem confins de congelado calor
buracos negros que nos queimam
explosões que não se ouvem mais
a força de me roçar tua pele
a extraordinária força de me sorrir em ti
de me dizer sim, de me dizer não
a matéria tem a força de teu peso
/sob o meu
é a matéria que grita em minha boca
e que arqueja em plena tua
/matéria nua
vamos a lugar nenhum
perdidos no ardor da noite
viajando pelos anos-luz
ardamos de calor e brilho
a noite é imensa
os viajores amam os sinais
a extraordinária força de me sorrir em ti
de me dizer sim, de me dizer não
a matéria tem a força de teu peso
/sob o meu
é a matéria que grita em minha boca
e que arqueja em plena tua
/matéria nua
vamos a lugar nenhum
perdidos no ardor da noite
viajando pelos anos-luz
ardamos de calor e brilho
a noite é imensa
os viajores amam os sinais
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