A noite acendeu as estrelas porque tinha medo da própria escuridão.


às vezes tenho vontade de entrar dentro de mim e arrancar fora este buraco que habita em mim, dai então, pular pra dentro dele!
Turmalina Antônia

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Só que Não...

Escrevo hoje quase que pra bater cartão.
Será que prefiro este estado?
Um que de quase sem emoção.
Humor sarcástico ligado,
Estaca enfincada no coração.
Devo estar de ovo virado,
Escrevo hoje por obrigação.
Para fingir aliviar o eu magoado,
Para fingir um tipo de reação.
Será que quero o guardado?
Uma nota  no jeito da ilusão.
Uma lambida amarga no peito aguado,
Um cantinho apertado  da minha exclusão.
Escrevo hoje de ego ferido,
Me agarro em algo maior que minha mão.
Me esquivo do obvio feito sabido,
Me escondo em panos dentro da escuridão.
Minha casa, meu sítio, elo escondido,
Só sei falar de mim, só sei falar de sim, só que não...


Tunizia M. 

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Carta para Eu

Escrever direto aqui?
porque não deitar-me
e pra sempre dormir?

Lendo na borra do café no copo,
riscando o fundo do lodo no corpo.
Escrever; 'Cair no poço não posso'!

Quebro o silencio na mão.
Levanto os pés pra deitar-me
e sentir o peso do chão.

Ato com palavras em nozadas
meu Eu e  jogo pras bestas-feras.
Quebro minhas próprias pernas.

A calma inquieta quer gritar!
Porque não deitar-me
até a hora do vento passar?

Esta mesmo sentindo ou alucinada ser?
Acredita de mais nesse querer
A alma indiscreta quer ver

Posso só ir até ali?
rapidinho, de repente deitar-me
e quem sabe sumir?

Me espalhar pelo mundo vestindo um capuz...
desintegrar em mil partículas de pus,
Posso correr na velocidade da luz.

Fico. Prefiro ficar!
Porque sim! Quero e fim. Vou deitar-me
na rede com meu olhar a balançar.

Tunizia M.



quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O Pulo

Pois é, pulei muita coisa nessa vida... e já dei muito pulo tb.
Ja comecei não tendo minha fase "menininha bonequinha rosinha" (UFA!) jogava bola ao invés de brincar de casinha, dai vai.
Da vida saudável no meio do mato que tive até os 12 anos já pulei pra vida 'junkie' da cidade grande de fato,
Por sorte, destino ou sina do pulo, o circo estava lá pra me fazer pular de botecos a abdominais, de cigarros a cordas indianas e o trapézio de vôos me segurou do lado de cá desta corda bamba das decisões juvenis. Mas gosto de dar um pulinho do lado de lá de vez em quando, afinal como diz Mário Quintana: "Deixem o outro mundo em paz! O mistério está aqui!"
Da menina feia, que as amiguinhas corriam atrás pra passar baton alegando q eu não era menina se não passasse, que muitos na rua achavam q era homem, apelidada carinhosamente de Tonhão pedreiro pelos amigos, que muitos juravam q era sapatão, pulei pra  a gostosa que todos queriam comer com apenas 13 anos, com uma beleza excêntrica, exótica, estranha... (hoje me sinto um homem gay preso dentro de um corpo de mulher, rss)...
Comecei a trabalhar aos 16 anos, não fiz faculdade, curso profissionalizante, TCC, ETC...
Deixei de conhecer muita gente que conheceria nesta fase, mas tb conheci muita gente pelo mundo que não conheceria se estivesse presa nela...
Trabalhei tantos anos sem NF, PAC, ProAC, ART, NR35, ASO, SV, e tantas coisas mais. Até já passei alguns anos sem RG, CNH, Passaporte e com o nome sujo no CADIN. Vou pular esta parte tb.
Agora o sistema deu seu pulo e ta querendo engolir todos os "marginalizados".
Nos amores, nem me fala; Da menina q só ficava pulei pra um casamento de 5 anos. E me separei aos 24. A maioria das vezes me pularam, me largaram pra viver uma vida melhor, demorei pra entender q eu não era a causa do termino e sim a ponte pra vida melhor... será? Mas não me venha com:"o problema não é você , sou seu..." que dai eu pulo na sua cara e encho de porrada!
Já pulei de um mau relacionamento pra um pior ainda, até aprender a lidar com a auto-carência.
Pulo da maior alegria à tristeza absoluta facilmente e vice-versa mas sei que felicidade é uma decisão e não uma conseqüência por isso prefiro pular de alegria. Mas se for falar de auto-estima, psicologo, assuntos pessoais; pulo, arrepio e mostro os dentes na hora.
E todas as vezes que estive na beira do fundo do poço: pulei de cabeça, mas também aprendi pular de cabeça em boas aventuras e a reconhecer boas amizades!!!
Eu já pulei de galho em galho, de onde não devia, já pulei numa perna só e na cachoeira mais gelada nem pensei; pulei!
Peguei muita gente no pulo e pego gente que pula, faz parte do meu trabalho e da minha capacidade de observação que não deixa pular nada, quer dizer, passar.
E pra quem já pulou tanto na vida, este pulinho aqui a baixo é só mais um...  E pra quem quiser meu conselho:
Se Joga!!

Esquizofrenia - TAROT ZEN OSHO


O homem é dividido. A esquizofrenia é uma condição normal do homem
 -- ao menos no momento atual. Pode não ter sido assim no mundo
primitivo, porém séculos de condicionamento, civilização, cultura e
religião transformaram o homem numa multidão -- dividida, separada,
contraditória... Contudo, pelo fato de essa divisão ser contrária à sua
natureza, lá no fundo, escondida em alguma parte, à unidade ainda
sobrevive. Porque a alma do homem é unitária, todos os condicionamentos,
no máximo, só destroem a periferia do homem. O centro permanece
intocado -- por isso é que o homem continua a viver. Mas sua vida
tornou-se um inferno.




Todo o trabalho do Zen é voltado para o como desfazer-se dessa
esquizofrenia, como desvencilhar-se dessa personalidade cindida,
como descartar a mente dividida do homem, como tornar-se
não-dividido, integrado, centrado, cristalizado.

Do jeito como você está, não se pode dizer que você é. Você não tem
um ser -- é uma praça de mercado: muitas vozes. Quando você quer
dizer "sim", imediatamente o "não" se apresenta. Sequer você consegue
articular um simples "sim" com inteireza... Dessa maneira a felicidade
não é possível; a infelicidade é uma conseqüência natural de uma
personalidade dividida.



Osho Dang Dang Doko Dang Chapter 3



Comentário:

O personagem desta carta traz um novo significado à velha idéia de
"estar entre a cruz e a espada"! Mas é precisamente nesse tipo de
situação que ficamos quando nos deixamos aprisionar pelo aspecto
hesitante e dualista da mente. "Devo deixar que meus braços se soltem
e cair de cabeça para baixo, ou deixar que as minhas pernas se soltem,
e cair de pé? Devo vir para cá ou ir para lá? Devo dizer sim ou não?"
E seja qual for a decisão que tomemos, sempre estaremos nos questionando
se não deveríamos ter decidido do modo contrário.

A única maneira de sair desse dilema é, infelizmente, soltar os dois
extremos ao mesmo tempo. Desse impasse você não vai conseguir sair
valendo-se de fórmulas, pesando os prós e os contras, ou tentando
resolvê-lo de alguma outra forma com a sua mente. Melhor seguir o
seu coração, se lhe for possível ter acesso a ele. Se não tiver,
simplesmente salte -- o seu coração começará a bater tão depressa
que não haverá engano a respeito de onde ele está!