Quando somos Lixo
O Escárnio da boca sem dente
O excremento do bicho
Que pensamos insistentemente
Acreditamos acreditar acreditando
Aquela conversa que engolimos à Seco
Quando nascemos no mundo já perdido
Já bonecos mantidos à Vácuo
Já pessoa 'se achando' que é gente
Que não passa de Bosta
O travesso do tropeço da 'blasfemente'
O Arroto da menina MOSCA!
Tum
esperamos pela vida,
ResponderExcluirvivemos só de guerra.
Alcoólicas
ResponderExcluir(I)
É crua a vida. Alça de tripa e metal.
Nela despenco: pedra mórula ferida.
É crua e dura a vida. Como um naco de víbora.
Como-a no livor da língua
Tinta, lavo-te os antebraços, Vida, lavo-me
No estreito-pouco
Do meu corpo, lavo as vigas dos ossos, minha vida
Tua unha plúmbea, meu casaco rosso.
E perambulamos de coturno pela rua
Rubras, góticas, altas de corpo e copos.
A vida é crua. Faminta como o bico dos corvos.
E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima
Olho d’água, bebida. A vida é líquida.
Hilda Hilst