Não se preocupe não Dotô
Que esta dor, é dor de amor
Não foi o frio, a chuva fina
Nem o sereno não sinhô
Dizem que é bom ficar sozinha
Que fortalece o coração
Mas isso é conselho de quem nunca
Se entregou a uma ilusão
Ah!
Somente o sampa pode consolar
Nos embalar numa cadência
Nos invadir e assim curar
Eu sei
Todo sambista é aproveitador
Tira da dor inspiração
E segue batucando sobre a solidão
E é por isso seu Dotô
Que o seu remédio não me tem valor
Não faz efeito contra o mal
Que não é doença, é só, é mal de amor
Mas já me sinto melhorzinha
E agradeço por sua atenção
Agora deixa eu lhe mostrar este sambinha
Que fiz na companhia do meu violão.
IEDA CRUZ