A noite acendeu as estrelas porque tinha medo da própria escuridão.


às vezes tenho vontade de entrar dentro de mim e arrancar fora este buraco que habita em mim, dai então, pular pra dentro dele!
Turmalina Antônia

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Coisa boa É


Coisa boa é
Carinho no pé
A sinfonia do vento
Levando o chulé


Coisa boa é
O sol a queimar
Ao pé do mar
Sem protetor solar


Coisa boa é
Vontade de chorar
O apelo da alma
Tirar a poupa PÁ!


Coisa boa é
Viver ao seu ladinho
Rodeado da multidão
A pisar no  meu mindinho


Coisa boa é
Música urbana
A poluição sonora
E massagem no pé.

Tum
alguns muitos anos atrás
‎"Jamais desejei mariposas presas em um cartão. Busco uma ecologia poética, vislumbrar-me e, às vezes, reconhecer-me desde mundos diferentes, desde coisas que só os poemas não haviam esquecido e guardavam como velhas fotografias fiéis. Não aceitar outra cronologia que a do coração, outro horário que o dos encontros não marcados, os verdadeiros."


Julio Cortázar, em *Salvo el crepúsculo*.


Tum, desenho de +- 14 anos atrás

Vociferando

Vociferando as Letras
Latidas
Mal comidas
Batidas e sentidas

Voltando no tempo
Latendo
Mal ardendo
Batendo e gostando

Vacilando nas metas
Metidas
Mal entendidas
Baladas e ressacas

Vai se fuder
Antes que eu me esqueça
Essa sem rimas
Só pra essa doer!

sábado, 22 de outubro de 2011

Rico G-Zombie

O Eremita

cultivando a maturidade e a inteireza que brotam da reflexão


O arcano IX, chamado “O Eremita”, emerge como arcano conselheiro para este momento de sua vida, Tum, sugerindo um momento em que você precisará agir com o máximo de maturidade e paciência possíveis. Você precisará aprender a respeitar o “tempo certo” neste momento de sua existência e perceberá que será preciso bater mais do que uma vez na mesma porta até que ela se abra. Nem sempre o rio corre mais rápido apenas porque queremos, Tum! Três virtudes serão fundamentais neste momento de sua vida: a paciência (para lidar com as diferenças), a prudência (a fim de jamais confiar inteiramente em ninguém) e a persistência (para compreender que, no que diz respeito ao amor, muitas vezes é preciso bater várias vezes numa mesma porta). O momento pede circunspeção, meditação e capacidade de espera. Você poderá mudar muitas coisas que lhe incomodam, se você souber observar o tempo certo, mas precisará também ter humildade para entender que nem tudo é possível. Ao aceitar os limites, evoluímos como pessoas.


Conselho: Momento de cultivar a paciência, tudo tem seu tempo certo.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

MEUS SONHOS

Os obscuros sonhos
corroem
destroem
alimentam

O badalar dos anos
tocam diretamente a cabeça
tum/2011
dolorida dos sonhadores

Não sabendo o porque dos sonhos
não aguentam sentir
barulhos ensurdecedores
não querem ser os enlouquecedores

Que cegam apenas os que penam em ouvir
os pobres sonhadores
movidos por este sentimento

Ao acordar,
não se responsabilizam,
descobrem na dura realidade da raiva,
mais motivos pra sonhar

Acordados
os sinos tocam alto e claro
e os sonhadores seguem sua sina

Conduzidos pelos dobrar incessante,
insistente, escrupulosamente inebriante dos sinos
que embalam os sonhos
Os sonhos de vingança.
 Tum 
Poema de +- 15 anos atrás

"Olho por olho, e o mundo acabará cego."
Mahatma Gandhi
!Não conheço vingança perfeita. Não se vingar talvez seja a melhor vingança. Fazer esperar uma resposta que nunca virá.!
Fabrício Carpinejar



"(...) Foi um sonho estranho o que teve Raskólhnikov. Sonhou com a sua passada infância, na aldeia. Tinha sete anos e passeava, num dia festivo, ao cair da tarde, com seu pai, para além da aldeia. O céu estava cinzento, o dia sufocante, e o lugar era exatamente o mesmo cuja visão guardava na sua memória; ainda mais: na sua memória via-o ainda mais apagado do que agora, no sonho. A cidade mostra-se aberta como a palma duma mão; em toda aquela periferia, um salgueiro branco; além, muito longe, quase no extremo do horizonte, negreja o bosque. A alguns passos de distância da última horta da aldeia, há uma taberna, uma grande taberna, pela qual sempre sentira antipatia, e até medo, quando passava em frente dela com seu pai. Havia sempre ali muita gente; vociferavam, riam, diziam impropérios com grande alvoroço, bebiam tão excessiva e imoderadamente e havia nela rixas com tanta freqüência! À volta da taberna viam-se sempre uns tipos completamente embriagados e ferozes, que andavam aos tropeções... Quando se encontrava com eles apertava-se com força contra o pai e todo ele tremia. Próximo da taberna passava a estrada, que verdadeiramente não era mais do que um atalho, sempre empoeirada, com um pó muito negro. A estrada faz uma curva ao longe, e a trezentos passos rodeia o cemitério da aldeia pela direita. A meio do campo-santo ergue-se uma igreja com a cúpula verde, na qual entrava duas vezes por ano com seu pai e sua mãe, para ouvir missa, quando faziam o ofício de réquiem pela avó, que falecera havia pouco tempo, e a qual não chegara a conhecer. Nesses casos levavam sempre consigo um pastel sobre um prato branco, em cima dum guardanapo, e o pastel era de açúcar, arroz e passas, colocadas em forma de cruz. Gostava daquela igreja e das suas velhas imagens, quase todas sem moldura, e do velho sacerdote de cabeça sempre a tremer. Junto do túmulo da avó, sobre o qual se estendia uma lousa, estava a pequena sepultura do irmão mais novo, que morrera com seis meses, e o qual também não chegara a conhecer, e de quem não podia recordar-se; mas disseram-lhe que tinha um irmãozinho, e ele, sempre que visitava o cemitério, persignava-se religiosa e respeitosamente diante da sepultura, fazia uma reverência e depunha sobre ela um beijo. 
Agora sonhava que ia com seu pai pela aldeia, pelo caminho do cemitério, e passava diante da taberna; ia pela mão do pai, e, cheio de medo, olhava para a taberna. Uma circunstância especial distraiu a sua atenção: parecia que dessa vez se celebrava ali alguma paródia: havia ali uma multidão de burgueses endomingados, de mulheres com os seus maridos e um grupo de pessoas. Estão todos embriagados, entoam canções, e junto da porta da taberna há uma tieliega, mas uma tieliega estranha. É uma dessas grandes às quais costumam jungir-se grandes cavalos de carga, e que se empregam para o transporte de mercadorias e tonéis de vinho. Agradava-lhe sempre contemplar aqueles grandes cavalos de carga, de longas crinas e grossas patas, que caminham tranqüilamente, com um passo manso, e que conduzem uma autêntica montanha sem mostrar o menor cansaço, como se a carga, em vez de esgotá-los, os aliviasse. Mas agora, coisa estranha, àquela tieliega enorme estava atrelado um mísero sendeiro, esquálido, pequeno, desses que os camponeses empregam; um desses cavalicoques aos quais - tinha-o ele visto com freqüência - carregam às vezes com grandes fardos de lenha ou feno, e quando o carro se atola, na lama ou nos sulcos, os camponeses batem-lhes com muita força, muita força, com os chicotes, às vezes até no próprio focinho ou nos olhos; isso fazia-lhe uma pena imensa, tão grande que quase vinham-lhe lágrimas aos olhos, e a mãe vinha então arrancá-lo da janela. Mas eis que, de repente, se travou uma grande escaramuça: da taberna saiu, gritando, cantando e com balalaicas, um bando de camponeses embriagados, embriagadíssimos, com blusas vermelhas e azuis, e a jaqueta sobre o ombro.
- Subam, subam! - grita um deles, ainda novo, com um grosso capote e uma caraça gorda, vermelha como um tomate. Levo-os a todos! Subam! Mas a seguir ouvem-se vozes e exclamações:
- Com esse sendeiro é que ele nos vai levar!
- Mas tu, Mikolka, estarás em teu perfeito juízo? Atrelar uma égua tão ordinária a uma tieliega destas!
- E esse espantalho já deve ter os seus vinte anos bem puxados, meus amigos!
- Subam, que os levo a todos! - tornou Mikolka gritando, e o cocheiro, que foi o primeiro a subir, tomou as rédeas na mão e ergueu-se em toda a sua estatura. - O nosso cavalo baio levou o Matviéi - gritou, já na tieliega -, e esta eguazinha, meus amigos, só serve para me fazer sofrer; mais valia matá-la, pois nem vale aquilo que come. Mas já disse: subam, que eu já a faço andar! E há de ir depressa! - E, brandindo o chicote, dispôsse a açoitar o pobre animal com prazer.
- Subamos então, vamos! - riam os do grupo. - Já sabem que há de correr a galope!
- Sim, deve haver pelo menos dez anos que não dá uma corridinha. - Vai dá-la agora.
- Não tenham pena dela, meus amigos; cada um pegue o seu chicote: preparem-se!
- Bom, então arreiem-lhe!
Todos sobem para a tieliega de Mikolka com risos e gracejos. Subiram seis homens e ainda havia lugar para mais. Levavam com eles uma mulher gorda e pintada. Vestia uma camisola de indiana vermelha, com um toucado de contas de vidro, botas pesadas nos pés, e descascava nozes e ria. À sua volta todos riam também, e, de fato, o caso não era para menos. Pensar que aquele pobre animal ia puxar a galope um carro tão pesado! Depois, dois dos moços que iam na tieliega brandiram os chicotes para ajudarem Mikolka. Ouve-se um eia! A eguazinha puxa com todas as suas forças, mas não vai a galope; mal consegue mover-se a passo, limitando-se a agitar as patas, arranhar o solo e dobrar-se sob os golpes dos três chicotes, que caem sobre ela como uma saraivada. Os risos redobram na tieliega e fora dela; mas Mikolka enfurece-se e com violência descarrega golpes terríveis sobre a pobre égua, como se acreditasse verdadeiramente que poderia ir a galope.
- Deixem-me subir a mim também, meus amigos! - grita entre a multidão um rapaz ao qual o espetáculo fez inveja.
- Sobe! Que subam todos! - grita Mikolka. - Levo-os a todos! Vou arrear-lhe!
Bate e torna a bater, e já não sabe com que há de fustigar o animal. - Bátiuchka, bátiuchka! - grita ele para o pai. - Bátiuchka, que está ele fazendo? Matam a pobre égua, bátiuchka!
- Vamos, vamos! - diz o pai. - Estão bêbados, não sabem o que fazem. Imbecis!
Vamo-nos embora, não fiques aí olhando! - E procura afastá-lo dali; mas ele solta-se da sua mão e, sem perceber o que faz, encaminha-se para o animal. Este já não pode mais; arqueja, pára, torna a puxar e está prestes a cair.
- Arreiem-lhe até que rebente! - grita Mikolka. - Já lhe falta pouco. Espera!
- Mas tu és cristão ou não és, meu bruto? - grita um velho, dentre o grupo.
- Onde é que se viu isso, um animalejo como esse puxar um carro desse tamanho? - acrescenta outro.
- Estás matando-a! - grita um terceiro.
- Não te incomodes. É minha! Posso fazer dela o que quiser. Subam! Subam todos!
Hei de fazer com que parta a galope!
De repente ouve-se uma gargalhada geral que abafa a voz de Mikolka: a pobre égua, sem suportar mais as brutais chicotadas, e embora sem forças, pôs-se a dar coices para o ar. Até os mais velhos não se puderam conter e começaram a rir. De fato, aquela égua, imprestável para qualquer serviço, ainda por cima se punha a dar coices! Outros rapazes do grupo brandiram também os chicotes e dirigiram-se para o animal para lhe fustigarem as ilhargas. Correu cada um de seu lado. - No focinho, nos olhos, dêemlhe nos olhos! - grita Mikolka.
- Uma canção, meus amigos! - gritou um dos da tieliega, e imediatamente todos lhe fizeram coro. Ouviu-se uma canção indecente, repicou um tambor e todos acompanharam o estribilho com assobios. A mulher descascava nozes e ria.
Ele se dirigiu, correndo, para o animal, avançou e pôde ver como batiam nos olhos do cavalo, nos próprios olhos! Pôs-se a chorar. Sentiu o coração oprimido e as lágrimas saltaram-lhe. Uma das chicotadas roçou-lhe pela cara, mas ele nem a sentiu; erguia as mãos, gritava, voltava-se para o velho de cabelo e barba brancos, que abanava a cabeça, condenando tudo aquilo. Uma mulher pegou-lhe por uma mão e quis levá-lo; mas ele
escapou-se e correu de novo para junto do animalzinho, que estava já nas últimas, mas recomeçara a escoicear para o ar.
- Ah, diabo! - gritava Mikolka furioso. Larga o chicote, torna a agachar-se e tira do fundo da tieliega um pau grosso e comprido, segura-o pela ponta com as duas mãos e, com todas as suas forças, descarrega-o sobre a égua.
- Vai matá-la! - gritam à sua volta. - Assim, acaba matando-a!
- É minha! - gritou Mikolka e, erguendo todo o braço, descarregou uma paulada sobre a égua.
- Dá-lhe, dá-lhe! Por que te deténs? - grita uma voz no meio daquela gente.
Mas Mikolka arvorou outra vez o cajado e, com todas as suas forças, deu outro golpe no costado do infeliz animal, que se inclina todo para os quartos traseiros; mas dá um safanão e puxa, puxa, com as suas últimas forças, por todos os lados, para arrastar o carro; mas por todos os lados o atacam seis chicotes, e novamente o pau se ergue e cai pela terceira vez, e depois pela quarta, calculadamente, com toda a força do braço que o brande. Mikolka está furioso por vê-la sucumbir de um só golpe.
- É dura! - gritam à sua volta.
- Vai cair já, sem falta, meus amigos; chegou a sua hora! - exclamou um entusiasta no meio do grupo.
- Com a machada, diabo! Acabemos com ela de uma vez! - gritou um terceiro.
- Vai... para o diabo que te carregue! Afastem-se! - gritava Mikolka, furioso; larga o pau, torna a agachar-se na tieliega, e tira uma alavanca de ferro. - Cuidado! - grita, e, com todas as suas forças, deita outra pancada na sua pobre égua. O golpe foi certeiro; o animalzinho cambaleia, recua, esforça-se ainda por puxar, mas a alavanca torna a cair sobre o seu dorso, e tomba então finalmente por terra, como se lhe tivessem desconjuntado as quatro extremidades de uma só vez.
- Até que enfim! - exclamou Mikolka, e, fora de si, salta da tieliega. Alguns rapazes, vermelhuscos e também embriagados, pegam o que encontram à mão: chicotes, paus, a tranca, e lançam-se sobre o animal moribundo. Mikolka está de pé ao seu lado e é já em vão que lhe bate com a alavanca no costado.
O pobre animal estende o focinho, respira com dificuldade, e morre. - Rebentou! - gritam no grupo.
- Por que não se deitou ela, correndo a galope?
- Era minha! - grita Mikolka com o pau na mão e os olhos injetados de sangue.
Parece pesaroso por não poder continuar batendo em alguém. - Sim, mas tu não és cristão - gritam já, no meio do grupo, muitas vozes. Mas o rapazinho, lívido, parece tresloucado. Lançando um grito, abre caminho por entre a gente, até a égua, pega-lhe no focinho morto, ensangüentado, e beija-o nos olhos e nos lábios... Depois, de repente, dá um salto e, arrebatado de furor, lança-se com os pequenos punhos cerrados contra Mikolka. Nesse momento, o pai, que havia já algum tempo o procurava, encontra-o finalmente, e tira-o do grupo.
- Vamos, vamos! - diz-lhe. - Vamos para casa!
- Bátiuchka, por que é que eles mataram o cavalinho? - soluça, e as palavras saem do seu peito opresso, transformadas em gritos.
- Estão embriagados, não sabem o que fazem; isso não nos interessa. Vamo-nos! - diz-lhe o pai; mas sente o peito oprimido. Esforça-se por ganhar coragem, dá um grito e desperta.
Acordou banhado em suor, com os cabelos encharcados, arquejando, e endireitou-se na cama, horrorizado.
- Louvado seja Deus, foi apenas um sonho! - exclamou, sentando-se ao pé duma árvore e lançando um profundo suspiro. - Mas que é isto? Estarei com febre? Que sonho tão terrível!
Parecia-lhe que tinha o corpo todo moído, a alma cheia de dor e negrura. Apoiou os cotovelos sobre os joelhos e segurou a cabeça com ambas as mãos.
- Meu Deus! - exclamou. - E se ... e se eu pego de fato na machada, abro-lhe a cabeça e faço saltar os miolos... escorregarei no sangue quente e viscoso; quebrarei a fechadura, roubarei e pôr-me-ei a tremer, esconder-me-ei, todo manchado de sangue... com a machada... Meu Deus, será possível...? Tremia como a folha duma árvore, quando dizia isso.(...)"

trecho do livro Crime e Castigo - Fiodor Dostoievski

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Akim Akimitch

Trixmix cabaret, outrubro/2011

"(...) O terceiro era Akim Akimitch; creio que nunca conheci um indivíduo tão estranho como esse tal Akim Akimitch. A sua recordação ficou-me fortemente gravada na memória. Era um homem alto, seco, de pouca compreensão, analfabeto, e tão rabugento e rigoroso como um alemão. Os condenados riam-se dele; mas alguns fugiam do seu convívio por causa do seu feitio melindroso, questionados e implicante. Andava constantemente provocando arruaças, dizendo insultos e brigando com eles. O seu sentimento de dignidade era fenomenal. Assim que observava alguma irregularidade, não descansava enquanto não a emendasse, fosse ela qual fosse. Era o cúmulo da ingenuidade. Por exemplo: ralhava com os presos e pregava-lhes sermões, fazendo-lhes ver como era feio serem ladrões e aconselhava-os, muito sério, a que não roubassem. Tinha servido no Cáucaso, no grau de alferes.(...)
(...) Mas os presos, entretanto, apesar de troçarem de Akim Akimitch, devido à sua pouca esperteza, respeitavam-no por causa da sua escrupulosidade e de dua habilidade.
Não havia ofício que Akim Akimitch ignorasse. Era carpinteiro, sapateiro, pintor de paredes, prateiro, serralheiro e aprendera tudo isso no presídio. Era autodidata; via alguém fazer uma coisa e em seguida fazia-a ele logo também. Confeccionava ainda caixinhas, cestinhos, lanternas e brinquedos infantis, que vendia na cidade. Assim, tinha sempre dinheiro que empregava depois em roupa interior fina; em cosméticos e em colchões dobráveis. (...)"

trecho do livro Memórias da casa dos mortos - Dostoiévski

sexta-feira, 14 de outubro de 2011


"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro."

Clarice Lispector

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Momentos Distintos com Destinos Momentâneos

Depois que essa porra seca.
A cara de lado, o corpo deitado, o arrependimento?
Não, nunca, never, numquam, non, nicht!
Mas o se o que, o porque? e o mais por o que, aonde...
Agora!
Que que eu faço com isso? oi? ou
Que que eu to fazendo aqui? ah? ou
Sorriso eterno de um dia inteiro...
Deixa gostinho na boca, não de porra,
De vontade de mais ou de certeza de nunca mais.
Agora;
Quero o novo e quero o de novo
Sem compromisso, sem promessa, sempre e sem pressa.
Deixar... Porque essa vontade da porra não sessa. 




Tum

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Mundo Gira







-Sabe cumé, a gente chega ai na cidade grande,
o pessoal acha q a gente é ignorante...
esse cara do mato, só ouve música sertaneja,
acredita em qualquer coisa... Muitas lorota!
conversa fiada...

E eu, parado perguntei se ele ta girando?
pra que lado vai virar, então?
Você me respondeu
O sol ta se pondo lá, e ele vai virar pra trás

Gente da cidade só conta mentira
Que me falaram que o mundo gira
Que me falaram que o mundo gira

E eu, parado perguntei se ele ta girando?
pra que lado vai virar, então?
Você me respondeu
O sol ta se pondo lá, e ele vai virar pra trás

Gente da cidade só conta mentira
Que me falaram que o mundo gira
Gente da cidade só conta mentira
Que me falaram que o mundo gira


-Então eu perguntei pra esse tal de Galileu
o seguinte: Se a terra ta girando,
o chão ta andando, tudo em movimento,
Porque que eu fico parado aqui 
e não chego a lugar nenhum?

Gente da cidade só conta mentira
Que me falaram que o mundo gira
Gente da cidade só conta mentira

E eu, parado perguntei se ele ta girando?
pra que lado vai virar, então?
Você me respondeu
O sol ta se pondo lá, e ele vai virar pra trás

Cabaré Insólito
-Agora imagina só
A terra é grande pra caramba!
Não sei quantos milhões de quilômetros
Imagina a velocidade que você ia ter que correr
pra dar a volta na terra em 24 horas...
Essa é a velocidade que o chão ta andando mesmo
Só de pensar, já me dá até enjoo...
Acho que eu vou gorfa...

Banda Strombólica



HoJe Cedo

Eu não tenho mais o que fazer
A sociedade impôs?
Sempre! Mas nem sempre...
Os Amigos impuseram,
Puseram, colocaram, acolheram,
No meu cérebro!
ACORDA CEDO!
Pois bem, to acordando
E agora não tenho o que fazer
Com essas horas que sobram.
Com a madrugada que me chama.
Com a minha vontade?
Porque tem que ser imposto?
Alguém gosta de pagar?
Mas todos gostam de impor!
Eu quero minha madrugada de volta,
Meu tempo, minha volta.
Eu não tenho mais o que fazer.


tum, 2009







Vou ter que tomar mais uma.
Vou ter que fazer algo
Vou ter que cumprir.
Como tudo isso é futuro!
Vou fazer o que quiser,
Vivo no presente!
Belo nome, voo da alma,
É mesmo um presente,
Um regalo que a vida nos dá!
Um badalo e já é passado,
Um "SE" e já é futuro
Não! Quero meu presente.
Estar onde estou
Quero o que eu quero!
Vou ter que tomar mais uma.


Tum, 2009

2008

A vida me ensinou, da forma mais realista possível,
como se joga o incrível jogo da verdade.
A verdade, que nós mesmos inventamos, onde cravamos os dois pés
e juramos de pés juntos... (Presos...) Que essa é nossa vida,
nossa realidade. Nossa, não sei porque! Pois todos sabemos que 
nada é nosso por aqui, nada é apenas o que temos, mas se não temos nada como o nada é nosso?
A taça do mundo é nossa!

Tum, 2008

"entre cordas" grupo Ares, 2010